Margem EBITDA: O que é e quando é bom?

A margem EBITDA (em português, margem LAJIDA) se refere à razão do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização pela receita líquida de uma empresa.

No caso da dívida líquida Ebitda, é uma métrica financeira usada para avaliar a solvência de uma empresa e sua capacidade de pagar suas dívidas.

Como o EBITDA retira todas as variáveis anteriormente citadas, podemos dizer que o resultado de margem desse indicador pode fornecer, para um investidor ou empresário, uma visão clara da lucratividade operacional do seu negócio.

Mas antes de tudo, é importante ressaltarmos a origem dessa margem. Em resumo, o Ebitda foi popularizado por John Malone, o CEO da indústria de TV a cabo nos Estados Unidos que na década de 80 estava querendo consolidar o setor e adquirir diversas empresas.

Ele identificou uma oportunidade de comprar empresas de TV a cabo baratas que por algum motivo estavam com dificuldades financeiras e tinham despesas altas com depreciação.

Então, ao adquirir essas empresas ele conseguia um benefício fiscal, pois as empresas geram caixa, mas devido à sua situação não pagavam impostos.

A sua prática de análise foi tão bem-sucedida que o mercado todo passou a olhar para o Ebitda e atualmente, mesmo não sendo obrigatória a divulgação do Ebitda nas demonstrações financeiras, as empresas calculam e divulgam nas releases de resultado.

O que é Ebitda da empresa?

O que é Ebitda da empresa?

Toda empresa apresenta seu demonstrativo econômico na DRE (Demonstração de resultado de exercício), um documento fundamental para avaliar se houve lucro ou prejuízo em determinado período.

A DRE é um dos demonstrativos financeiros mais importantes na análise de uma empresa, funcionando como um funil que parte da receita bruta e tirando custos e despesas, chegamos no resultado do período.

Quando a receita é maior que custos e despesas, a empresa registra um lucro, portanto se a receita for menor que custos e despesas, aparece um prejuízo.

Com base na DRE, calculamos um dos indicadores mais utilizados no mercado financeiro para avaliar a capacidade operacional de geração de lucro de uma empresa, o EBITDA (Earning Before Interest Taxes Depreciation Amortization), ou em português LAJIDA (Lucro Antes Juros Impostos Depreciação Amortização).

Então hoje, você vai aprender a calcular o Ebitda partindo da estrutura do DRE, pois muitos analistas preferem o Ebitda ao invés do lucro líquido das empresas.

Então antes de tudo, como calcular Ebitda?

Como calcular o Ebitda?

Toda empresa gera dinheiro por meio das suas atividades principais, vendendo produtos ou serviços e gerando receitas.

Receita é todo o dinheiro que entra na empresa em decorrência de suas vendas. Porém, para alcançar essas receitas e para continuar operando, a empresa precisa gastar dinheiro.

Portanto, ela tem vários desembolsos ao longo do ano, que nós registramos como custos e despesas.

Se o total de dinheiro que entra, é maior do que o dinheiro que sai, nós temos um lucro. E você consegue ver o total de receitas, custos e despesas na DRE e então fica fácil entender como esse lucro é formado.

Olhando para a estrutura da DRE que é tipo um funil, você percebe que na primeira linha foi a receita líquida do período, ou seja, todo o dinheiro que a empresa gerou em decorrência das suas vendas.

Dessa receita nós vamos tirar os custos, que são todos aqueles gastos necessários para se obter uma receita, que é o quanto você pagou na mercadoria que está revendendo, o salário da mão-de-obra necessária para prestar o serviço que a empresa oferece, etc.

Dessa forma, é possível chegar no lucro bruto do qual vamos tirar diversas despesas, como administrativas, vendas etc.

E dentro desse grupo de despesas (está por exemplo, depreciação e amortização) eu chego no meu Ebitda lucro operacional, do qual eu vou tirar as despesas financeiras.

Essas despesas financeiras têm uma relação direta de quanto a empresa deve, visto que as dívidas da empresa registradas como empréstimos geram juros que tem que ser pago e isso é reconhecido como uma despesa financeira que diminui o meu lucro.

Já o total das dívidas que a empresa tem, você encontra no grupo do passivo, dentro do balanço patrimonial.

Então, fechando a nossa DRE, nós chegamos no lucro antes dos tributos e eu tenho que pagar os tributos devido ao estado sobre a renda, tirando o imposto de renda e demais contribuições, nós chegamos no lucro líquido do período, fechando o nosso funil que é a DRE.

Partindo dessa estrutura o EBITDA vai te mostrar o quanto de dinheiro que a empresa gerou antes dos juros, impostos, depreciação e amortização.

Agora que você já aprendeu a como calcular Ebitda, vamos descobrir para quê ela serve e o que a margem Ebitda demonstra, bora?

Para quê serve? O que a margem EBITDA demonstra?

Para quê serve? O que a margem EBITDA demonstra?

A ideia do Ebitda é tentar mostrar a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas com as suas atividades.

Isso sem levar em consideração os efeitos financeiros representados pelo pagamento de juros sobre empréstimos dos impostos e das despesas que não afetam o caixa da empresa, como depreciação e amortização.

É um importante indicador para avaliar a qualidade operacional da empresa.

Quando você analisa o lucro antes dessas deduções, você está excluindo o impacto da alavancagem financeira da empresa no resultado do período.

Sendo assim, o impacto que as diferentes alíquotas de impostos determinadas pelo governo têm sobre o resultado do período e o impacto que a depreciação e amortização tem sobre o resultado do período.

Lembre-se que esses 2 itens estão diretamente ligados ao imobilizado e intangível da empresa.

O EBITDA é famoso entre os analistas pois é uma forma de verificar se a empresa é capaz de gerar caixa com as suas atividades operacionais para:

  • investir;
  • pagar imposto de renda;
  • remunerar o capital de terceiros;
  • empréstimos;

Ele também permite a comparação entre empresas do mesmo setor, como as formas de contabilizar depreciação, impostos ou até mesmo dívidas são diferentes em diferentes países.

O EBITDA torna-se um indicador de lucro comparável entre todas essas empresas, tirando as limitações legais e geográficas de cada país.

O Ebitda também é muito útil para analisar a evolução do resultado das empresas, quando você olha apenas o lucro líquido do exercício e não presta atenção na demonstração do resultado, você não nota que muitas vezes os prejuízos que as empresas incorrem.

Não tem a ver com a sua operação, mas sim por algum evento não recorrente que afetou o resultado.

Exemplos de margem Ebitda

A margem EBITDA é calculada dividindo-se o EBITDA pela receita total e multiplicando o resultado por 100 para obter uma porcentagem. Por exemplo, se uma empresa possui um EBITDA de R$ 500.000 e uma receita total de R$ 2.000.000, a margem EBITDA será:

Margem EBITDA = (EBITDA/Receita Total) X 100 = (500.000/2.000.000) X 100 = 25%

Este valor indica que 25% da receita da empresa se converte em lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

Ebitda x EBIT: qual a diferença?

O EBITDA e o EBIT (Earnings Before Interest and Taxes) são indicadores de desempenho operacional, mas diferem em suas abordagens.

  • EBITDA: Exclui juros, impostos, depreciação e amortização, oferecendo uma visão mais clara do desempenho operacional puro da empresa.
  • EBIT: Exclui apenas juros e impostos, mas inclui depreciação e amortização, refletindo o impacto do desgaste e do uso dos ativos da empresa no lucro operacional.

Ambas as métricas são úteis, mas o EBITDA é frequentemente preferido para comparar empresas em diferentes indústrias com diferentes estruturas de capital e regimes fiscais.

Qual o percentual de EBITDA ideal? Quando um EBITDA é considerado bom?

Para você chegar à conclusão de qual o percentual de Ebitda ideal, você primeiramente precisa entender que este percentual varia conforme a indústria.

Em setores com margens altas, como tecnologia e software, uma margem EBITDA de 30% ou mais pode ser considerada excelente. Já em indústrias de manufatura e varejo, margens de 10% a 20% são comuns.

Um EBITDA é considerado bom se estiver acima da média do setor e se a empresa demonstrar capacidade de manter ou aumentar essa margem ao longo do tempo.

Além disso, um EBITDA crescente indica uma melhoria na eficiência operacional e na lucratividade.

Para saber se a margem EBITDA da sua empresa está boa, você deve procurar uma consultoria empresarial que fará os devidos cálculos e lhe passará informações sobre a situação financeira da sua empresa, dentro do seu ramo de atividade.

EBITDA negativo: o que fazer?

EBITDA negativo: o que fazer?

Um EBITDA negativo indica que a empresa está enfrentando dificuldades operacionais significativas. Aqui estão algumas ações a serem consideradas:

  1. Revisão de Custos: Analisar todas as despesas operacionais para identificar áreas de corte de custos.
  2. Aumento de Receita: Buscar novas oportunidades de receita, como expandir para novos mercados, como por exemplo, comprando uma empresa ou lançando novos produtos.
  3. Eficiência Operacional: Implementar processos mais eficientes para melhorar a produtividade e reduzir desperdícios.
  4. Reestruturação: Se necessário, considerar uma reestruturação organizacional para alinhar melhor os recursos com as necessidades operacionais.

Um EBITDA negativo requer atenção imediata para evitar problemas financeiros mais graves e para traçar um caminho claro para a recuperação.

Conclusão sobre a margem Ebitda

Para calcular o Ebitda partindo da DRE, basta você somar ao resultado operacional a depreciação e amortização que está dentro do grupo de despesas operacionais ou, você pode partir do lucro bruto e tirar todas aquelas despesas que são desembolsáveis, ou seja, aquelas que foram pagas, logo a depreciação e amortização ficam de fora.

Porém, esse cálculo é dificultado pois muitas vezes as empresas não oferecem esse nível de detalhamento nas demonstrações financeiras, as próprias empresas já elaboraram o cálculo do Ebitda para você, e raramente esse cálculo é prejudicial para a imagem da empresa.

Algumas empresas não gostam de utilizar a margem Ebitda, pois dizem que ela é entendida como uma medida de geração operacional de caixa, mas fica longe do real valor que entrou no caixa da companhia.

Isso acontece porque toda a demonstração do resultado é feita com base no regime de competência.

A real geração de caixa operacional pode ser encontrada na demonstração do fluxo de caixa, que é feita com base no regime de caixa.

Esperamos ter te ajudado a entender mais sobre esse cálculo, e se você está procurando ajuda em como extrair esses resultados de forma segura e eficiente, recomendamos entrar em contato com a Asset Brazil, que é uma empresa especializada na compra e venda de empresas.